A VERDADE QUE NOS ASSISTE

A falta de palavra é inaceitável, pois mina a credibilidade e destrói a confiança. Em política, essa quebra de confiança tem consequências ainda mais graves. E é precisamente isso que aconteceu: o representante do Bloco de Esquerda no concelho da Moita mentiu.

Sem confiança, torna-se impossível construir trabalho conjunto, especialmente quando quem falha insiste em continuar a fugir à verdade. Joaquim Raminhos fez a sua escolha no dia em que, por motivos ainda por esclarecer, decidiu criar uma narrativa falsa em torno do acordo autárquico entre o PS e o BE.

Vivemos tempos em que a verdade, frequentemente, é relegada para segundo plano. Numa era de “factos alternativos”, é essencial que os agentes políticos resistam a essa tendência. A responsabilidade de defender a verdade é fundamental para salvaguardar a integridade do sistema democrático.

Após os resultados das eleições autárquicas de 2021, vários órgãos locais precisavam de entendimento entre as forças políticas para serem constituídos. A leitura do Partido Socialista foi clara: a solução passaria por um acordo à esquerda. A relação histórica e cordata entre o PS e o BE apontava naturalmente para esse caminho.

Ao longo dos anos, as posições do Bloco de Esquerda e dos seus dirigentes na Moita inclinaram-se para apoiar a gestão CDU. No entanto, o PS estabeleceu contacto com o BE para criar uma alternativa. A reunião foi marcada, com data, hora e local definidos (sede da CACAV, sugerido pelo BE).

Presentes na reunião estavam Joaquim Raminhos, pelo BE, e o presidente da Concelhia do PS, acompanhado pela presidente da União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira. Ficou acordado que o BE ficaria com as presidências das Assembleias de Freguesia onde tivesse elegido representantes (Alhos Vedros, UF da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, e Moita), bem como a posição de Primeiro Secretário na Assembleia Municipal. A União de Freguesias do Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos ficou de fora uma vez que o BE não elegeu qualquer autarca.

Este acordo foi posteriormente confirmado pela presidente da União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira na última Assembleia Municipal. Os convites foram feitos, os órgãos constituídos, e os eleitos têm desempenhado as suas funções com integridade.

Portanto, negar a existência desta reunião e deste acordo é distorcer a verdade. O compromisso foi feito, foi cumprido, e a verdade deve ser reconhecida.

Moita, 8 de outubro de 2024

Direção Política da Concelhia da Moita do Partido Socialista