Em dia de greve, celebra-se a liberdade
No passado dia 12 de novembro (sexta-feira), realizou-se a Greve Nacional dos Trabalhadores da Administração Pública. Independentemente dos motivos, a Greve é um Direito consagrado na Constituição, onde ao Trabalhador, desde que a Greve abranja o seu sector de atividade, assiste-lhe o direito de aderir ou não ao dia de Greve. E aqui é fundamental garantir estas duas distintas situações, mas que se interligam, no sentido que é a Democracia a falar; o direito a fazer greve, e o direito a não fazer greve.E é exatamente neste sentido, que os trabalhadores da Autarquia da Moita, pela primeira vez em 47 anos de Democracia, puderam livremente, sem pressões, ter o direito de escolher e decidir. Isto é a Democracia a atuar nos seus mais básicos pilares, porque o Direito e a Liberdade, quando se transformam numa obrigação, desfiguram a própria Democracia.O direito de justamente fazer Greve, lutar por direitos que considerem estar a ser usurpados ou não atingidos, o direito de fazer ouvir as suas vozes, quando se indignam com políticas que possam estar a ser praticadas. Mas, igualmente o Direito a não concordar com as razões e o momento da Greve, o direito a entrar nos seus postos de trabalho , o direito a não ser insultado, proibido, ameaçado por entenderem que não pretendem aderir a greve. O direito a encontrar o seu local de trabalho de portas abertas para, poderem, livremente e democraticamente assumirem as suas funções como um dia normal de trabalho. Mal vai a Democracia, e as ideias de alguns, quando se agarram a uns “Portões” como razão de um trabalhador fazer ou não fazer Greve! As Portas da Democracia estarão sempre abertas! Não deve ser o uso de “barreiras” a motivar o Direito à Greve, mas sim a convicção de cada trabalhador!Os Trabalhadores da Autarquia da Moita, conheceram pela primeira vez, em muitos anos, que as suas convicções, a sua liberdade, as suas escolhas, são pilares fundamentais, que daqui para a frente, irão sempre, mas sempre, ser respeitados, e nunca colocados em causa, qualquer que seja a sua legitima escolha.Garantidamente, todos os trabalhadores que no uso dos seus fundamentais Direitos, fizeram Greve no passado dia 12 de novembro, não serão “interrogados” pelas suas escolhas, tal como no passado, aqueles que não queriam fazer greve sofreram essas represálias. A Lei do Código de Trabalho é muito clara, e diz de forma explicita, que é muito grave o ato do empregador que implique coação do trabalhador, que o prejudique ou descrimine, por aderir ou não à Greve.“Esses tempos”, não figuram na nossa forma de estar, ou fazer Política, e os Trabalhadores da Autarquia da Moita, sabem, que independentemente do Direito em fazer as suas escolhas, terão sempre ao seu lado um Executivo, que sempre respeitará os direitos e a liberdade de cada um.