Eurídice Pereira de “coração partido”

“Estes festejos são particulares porque têm forte identidade e, acumulando já séculos de vida, celebram a tradição e as novidades, respeitam o sagrado e vivem o profano. Há aqui qualquer coisa de diferente que funciona como um íman para as pessoas da terra mas não só. Milhares de forasteiros têm sempre na sua agenda estas Festas, seja pela procissão, pelas largadas ou touradas, pelo convívio, ou pela simples visita da praxe. Pena que quando se apagam as luzes ao fim destes 10 dias o concelho caía numa penumbra confrangedora até ao ano seguinte. Tenho exercido funções diversas no distrito ou com influência nele, nasci e resido na Moita e parteme o coração quando constato ano após ano a completa ausência de projecto para este concelho onde a marca de referência é estar na cauda dos indicadores que indicam bem estar e conforto , na Península de Setúbal e mesmo na Área Metropolitana de Lisboa. Lamento a falta de mobilização colectiva que abane tudo isto, que seja exigente com o Município, que queira mais do que esta tacanha intervenção municipal que há anos capturou e anestesiou o concelho e o mantém refém da pequenez. Gostava de assistir ao fim desta letargia para que fosse possível celebrar a nossa vida no concelho para além destes fantásticos 10 dias de Festa.”

//Artigo no Diário da Região [19-09-2016]