Autarcas socialistas na Assembleia Municipal da Moita indisponíveis para ser condescendentes com as políticas de esvaziamento da CDU, no Concelho da Moita

“A opção que visa manter um concelho de oferta mediana, quando não medianamente baixa, evitando estimular a participação alargada dos cidadãos, é uma opção, mais tarde ou mais cedo, condenada”.

O Grupo Municipal do Partido Socialista na Assembleia Municipal da Moita absteve-se na votação das Grandes Opções do Plano e Orçamento de 2018.

A posição dos eleitos socialistas pretende dar um sinal claro à população do concelho da sua disponibilidade na construção de outro caminho, um caminho de oportunidades nunca antes explorado e que pode contar com o seu contributo

Esse sinal é também para os eleitos que agora em maioria, já não absolutamente, continuam a governar os destinos do Município. Mas, clarifique-se, não é um sinal de condescendência. O tipo de governação recorrente não dá espaço para a condescendência.

Os socialistas dizem que o sinal é um sinal de oportunidade. A oportunidade que entendem serve melhor o concelho da Moita e as suas gentes.

Entenderam os eleitos como fundamental assumir posição política no contexto referido porque avaliam que a força política mais votada nas últimas eleições autárquicas não soube, ou não quis, interpretar os resultados eleitorais. De facto, afirmam, a CDU perdeu, por vontade expressa dos eleitores, a maioria absoluta que detinha desde sempre. E perdeu em diversos órgãos autárquicos. Foi aliás a única força política que perdeu votação.

A líder do Grupo Municipal do PS, Eurídice Pereira , refere que “é evidente que a situação exigia uma autoavaliação e daí tirar consequências de governação que fossem para além de encontrar no PSD a muleta.”

Ao autarcas apontam em comunicação pública que “não obstante, aquando da tomada de posse, a palavra de ordem da intervenção do Senhor Presidente foi de “continuidade”. Aliás, a assunção dessa postura vem a ser o principal mote, senão mesmo o único, que presidiu à elaboração dos documentos provisionais de gestão para o ano que recentemente se iniciou e que será o primeiro do mandato com nova realidade representativa ao fim de mais de quatro décadas.”

O “‘aviso’” como lhes chamam os deputados municipais do PS , apresentado à cabeça do documento que contém o Orçamento e o Plano de Atividades para o concelho da Moita no ano de 2018, referem que “as grandes opções do plano e o orçamento para 2018 vertidos neste documento retratam a continuidade do trabalho realizado ao longo dos anos”.

Eurídice Pereira, manifesta: “queremos, a propósito, deixar bem expresso que não nos revemos, agora como antes, não só na forma como casuisticamente se conduz o concelho, como entendemos que uma governação tem de se assumir pela capacidade permanente de se reinventar, de introduzir inovação, criatividade, estímulo, envolvimento coletivo e particularmente saber ouvir para melhor planear e executar. A autoavaliação permanente, em política , não é uma penalização, nem uma fraqueza, é uma exigência”.

E acrescenta, “na proposta do Plano que nos é presente não se define uma gestão por objetivos, centrada em estratégias claras sobre o que se pretende para o concelho e o que se quer que ele seja”.

Mantendo um discurso de alerta, a eleita salienta que “o grave deste impasse para o concelho é que a continuidade na estagnação não é resultado de qualquer incapacidade dos seus protagonistas. Trata-se , acreditamos seriamente, de uma opção. A opção que visa manter um concelho de oferta mediana, quando não medianamente baixa, evitando estimular a participação alargada dos cidadãos, é uma opção, mais tarde ou mais cedo, condenada”.

Para os eleitos do principal partido da oposição no concelho da Moita “os indicadores de que o partido Socialista tem feito alerta nos últimos anos são o resultado dessa política assente no que ‘basta,chega’ “.

“De facto”, refere Eurídice Pereira, “ uma sociedade menos exigente e participativa é uma sociedade mais influenciável, mas também mais descrente e desinteressada. É neste modus operandi que a gestão dos últimos e largos anos tem sido excelente, reconheçamos. Mas é exatamente esta sui generis excelência que nós queremos substituir por um excelência de exemplo, que valorize o poder local e dignifique, com qualidade, a vida das pessoas.”

Na declaração que apresentou na Assembleia Municipal, O Grupo Municipal socialista refere que “o Concelho da Moita é dos mais populosos do distrito de Setúbal, apesar de perder população, tem posição geográfica que podia ser estratégica, nomeadamente para contributo do setor produtivo que tem de ser alavancado, e especialmente em setores como a agro-pecuária ou a agro-industrial, por exemplo.

Existem sinergias que podiam e deviam ser mobilizadas , nomeadamente no quadro da interligação entre concelhos, dos quais destacamos os seis do arco ribeirinho e nelas o Município da Moita encontrar clima propício para a qualidade habitacional , que é por demais evidente que escasseia, e à oferta de serviços atrativos que colaborem na fixação dos mais jovens e fidelizem os que vêm de passagem.

A construção do aeroporto é um fator colaborativo destes objetivos.”

Estas observações são efetuadas para concluir que “o facto é que o concelho da Moita contribui para o desenvolvimento assimétrico e vem, infelizmente , reforçando a posição de concelho marginal. É isto que não pode de modo nenhum ter continuidade.”

Mais concluem que “os planos anuais têm de saber expressar as novas exigências, coisa que o que recentemente apreciámos não o faz.”

A conclusão da leitura dos socialistas relativamente ao Plano e Orçamento para 2018, no Município da Moita, dá-se com a afirmação de que “estima-se que em 2050, 80% da população mundial viva em cidades. Por certo, tal como em Portugal, muitos países vão lutar contra a desertificação de áreas, em especial as do interior, no entanto, e mesmo que haja ganhos, as cidades vão absorver sempre o número mais expressivo de cidadãos. Logo, um dos desafios do concelho da Moita é contribuir para que o seu território venha a ter peso no âmbito de uma cidade que seja a ‘cidade metropolitana’, onde dezoito concelhos façam parte em níveis similares de desenvolvimento, e não sucumbam aos atrativos da capital.”

Janeiro de 2018

A direção do Grupo Municipal do PS

Eurídice Pereira – Coordenadora

José Capelo

 

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