COVID E AS VELHAS METAS

Hoje em dia, falo por mim, talvez seja uma opinião partilhada pelos demais. Parece quase impossível pensar numa sociedade antes do COVID. Sem máscaras e álcool gel constantes, uma realidade onde ir ao supermercado ou ao café pode ser sinónimo de uma tragédia. Sair de casa, o contacto com os outros ou mesmo, visitar um entre querido mais velho. De um momento para o outro passaram de ótimos hábitos a comportamentos passiveis de aumento de contágio e assim da categoria dos a evitar.

Sem dúvida, que o mundo e a realidade foram viradas do avesso. E quase que vitimas do um género de síndrome de Estocolmo desta nova realidade, não imaginamos ou recordamos com facilidade uma realidade sem a mesma.

No entanto, penso ter encontrado uma solução na mitigação, para nos libertamos dos grilhões deste síndrome. Os objetivos enquanto sociedade, mundo, humanidade. Esses não mudaram, mais, nunca estiveram tão reforçados na sua importância.

A catástrofe sanitária que enfrentamos veio mostrar, a nós, seres humanos. Que uma sociedade que: paute pela equidade entre os seus cidadãos; uma sociedade ambientalmente consciente; não consumista; sustentável; com as devidas prioridades viradas para a educação básica, secundária e superior no seu expoente máximo; com os meios de produção, fixados no país ou na UE onde existe o livre comércio e por fim, uma política fiscal que realmente elimine todo o desvio de dinheiro que pertence ao erário público, forma pomposa de dizer, é nosso! É dos nossos hospitais, escolas, serviços públicos, transportes, investimento estratégico do estado para na recuperação das privatizações e mesmo de ajuda ao tecido empresarial numa reforma tecnológica mais verde.

Para quem quis estar atento percebeu que, as homilias contra o capital público, cientifico, de união com os nossos pares europeus e de aposta do estado nas empresas foram nada mais que um devaneio de quem apenas tinha em mente aproveitar-se mais umas vezes das crises económicas.

Concluo então, que os grilhões que hoje a COVID evidencia, já lá estavam. E sem entrega, dedicação e atenção. Jamais conseguiremos ultrapassar estas etapas.

Mas, algo de positivo, o progresso sempre conviveu com esta realidade e de uma maneira ou de outra conseguiu levar a água ao seu moinho, trabalhemos para que desta vez não seja diferente.

Miguel Póvoas

Presidente da Juventude Socialista da Moita