ZONA RIBEIRINHA DA MOITA
A frente ribeirinha do concelho da Moita, com uma extensão de mais de 20 km é indiscutivelmente uma das suas maiores riquezas, não pelo património natural, como pelas tradições associadas ao rio, que fazem parte indelével da identidade cultural do concelho.
E no entanto, quando olhamos para a nossa frente ribeirinha, salta à vista um enorme potencial não concretizado.
O historial das intervenções na frente ribeirinha não tem sido positivo – ressaltando de forma paradigmática a intervenção no dique – e o conjunto de intervenções ainda em curso demonstra que continua a não existir uma estratégia para valorizar a frente ribeirinha, mas apenas intervenções soltas. Bem exemplificativo desta política errática é a ciclovia entre a Moita e o Gaio-Rosário, uma solução que é um verdadeiro remendo.
Essa falta de ambição está também bem patente na recusa da transferência de competências nas áreas portuário-marítimas e áreas urbanas de desenvolvimento turístico e económico não afetas à atividade portuária.
No que à frente ribeirinha diz respeito, como em muitas outras áreas, a CDU está confortável com um papel limitado, permitindo-lhe fazer o habitual jogo político de passa culpas.
E se o projeto Moita Património do Tejo é um raro ponto positivo, não deixa de ser incongruente a falta de promoção dos passeios no Tejo, a começar pelo varino “O Boa Viagem”.
O concelho da Moita precisa de um projeto sério para a sua frente ribeirinha – coerente, ambicioso e transversal a todo o concelho –, o que implica necessariamente a promoção das atividades de navegação, incluindo dos desportos náuticos, a preservação das tradições ligadas ao rio e criação de espaços de lazer, e que terá de ser capaz de combinar investimento público e privado, e que terá de ser feita de forma sustentável no plano ambiental.
Um projeto que é importante para o concelho da Moita, pela melhoria da qualidade de vida e pelo valor acrescentado para economia do concelho, nomeadamente no setor do turismo, em que uma aposta no nosso concelho neste setor é inconcebível sem uma estratégia de valorização da frente ribeirinha.
João Palma
Coordenador da Secção do PS Moita