Como ganhar 76,32€ no concelho da Moita, chamando nomes a outros

Embora considere as assembleias municipais como um órgão importante na democracia local e aceite que os deputados municipais devem ser valorizados, a verdade é que o que se passa numa sessão da Assembleia Municipal raia o absurdo de tanta má educação que por ali grassa.
Na última sexta-feira (27 de Abril), decorreu uma sessão da Assembleia Municipal da Moita. Espectáculo deprimente. E pensar que aquelas pessoas estão todas ali a ganhar senhas de presença (76,32€) para prestar aquele pobre serviço público à comunidade…

Parecia que assistia a uma qualquer aula ministrada a crianças indisciplinadas, onde o senhor professor (Presidente da Mesa) não era capaz ou não tinha vontade de colocar ordem na sala. Assim se gasta o dinheiro público, entre adjectivos mais “coloridos” e “crianças” irrequietas que, incapazes de estar sossegadas na cadeira, estão sempre a interromper os trabalhos (pequenos agitadores).

E depois admiram-se os eleitos da falta de participação do povo nas assembleias. Mas partindo do que foi afirmado noutra ocasião pelo presidente da junta de freguesia da Baixa da Banheira, “O PCP tem cerca de 3.000 militantes no concelho da Moita se todos votarem, mais as suas famílias, isto dá cerca de 11.000 votos…perceberam?” (Nuno Cavaco). E já agora, quantos destes trabalham na Câmara Municipal da Moita? Já se percebeu, vale tudo. Temo que este sentimento de impunidade reine na mente dos demais eleitos, deixando de lado as necessidades de todos aqueles que não são militantes do seu partido.

É necessário avaliar a situação do concelho da Moita e procurar soluções. Tal só é possível com um debate vivo e com respeito, onde se confrontem projectos e ideias que contribuam para o bem-estar das pessoas do nosso concelho. O que é importante é que cada um contribua com o valor das suas ideias e projectos e não seja apenas correia de transmissão dos interesses dos partidos que representam, dos empregos que têm de distribuir na Câmara para aqueles que têm um cartão do Partido. Aliás, a grande dúvida que se coloca, é se parte dos deputados municipais da maioria absoluta da Câmara têm ideias próprias ou apenas defendem os empregos que têm ou já tiveram na Câmara.

O que se assistiu foi a horas e minutos bem pagos a alguns eleitos e a outros pseudo eleitos, que gastaram o tempo enredados em vaidades e demagogias. O dia até nem foi mau de todo, pois na reunião anterior houve um eleito que foi para fora da sala “esgrimir” os seus argumentos com a população. Assim vai o concelho da Moita desperdiçando tempo e recursos, numa situação de crise, almejando dias e líderes melhores.

Carlos Albino 
Coordenador da Juventude Socialista da Moita

 

Carlos Albino