Deputados do Circulo de Setúbal pedem informação à AML sobre a  Carreira 333, dos TST

Face à situação verificada no terreno os deputados do Circulo Eleitoral de Setúbal pedem informação à Área Metropolitana de Lisboa dando voz aos utentes do autocarro 333. Se é verdade que a situação tem vindo a melhorar, mas ainda não está como deve.

“Assunto: Transporte público rodoviário. Autocarro 333, dos TST, Vale da Amoreira (Moita) – Gare do Oriente (Lisboa). Avaliação da procura e Apreciação da oferta: pedido de informação.

A opção de viajar no transporte coletivo deve ser incentivada porque constitui uma forma sustentável de substituir o transporte privado com as suas inúmeras vantagens.
A introdução do passe único no território da Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como em todo o continente, foi, por certo, uma das medidas mais importantes da democracia, com efeitos muito significativos particularmente nos planos social e ambiental.

Sendo certo que se trata de um processo de instalação exigente onde Governo e Municípios estabelecem, através das organizações dos Municípios como as Áreas Metropolitanas e as Comunidades Intermunicipais, numa parceria saudável e proveitosa para os cidadãos, é importante que, até à conclusão do mesmo, exista capacidade de corresponder às necessidades. É afinal essa a expetativa dos utentes e, por certo, a genuína vontade dos promotores e dos apoiantes do PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária. Ou seja, sabendo-se que vão ser lançados concursos públicos e internacionais para efeitos de garantia da oferta futura de transporte rodoviário coletivo e que o processo administrativo-burocráticotem a sua tramitação, importa que, neste lapso de tempo, que não é pouco, e até à conclusão desses concursos, exista capacidade de adaptação à realidade, ajustando-se a oferta à procura.

A ‘carreira’ 333, da operadora Transportes Sul do Tejo, com início de marcha no Vale da Amoreira e que tem como destino a Gare do Oriente, em Lisboa, atravessando o concelho de Moita, e alguma parte do concelho de Montijo, no distrito de Setúbal, é estratégica e fundamental para um número expressivo de cidadãos.

Acontece que tudo indica que com a introdução do passe social único a mesma carreira, que já apresentava alguns problemas, começou a ter procura acrescida e, portanto, a ficar lotada logo no Vale da Amoreira quando existem ainda mais 7 paragens dentro do concelho da Moita/Montijo. Esta situação tem gerado fortes constrangimentos na deslocação dos utentes e muitas reclamações, compreensíveis. Em boa hora a ação da Área Metropolitana de Lisboa, em representação da vontade dos autarcas dos municípios, e certamente no respeito pelas diversas e diversificadas manifestações que lhe chegaram, quer dos cidadãos , quer de outros intervenientes onde fizemos questão de estar, implementaram já reforços. Os de segunda-feira ao serem efetuados a partir do Vale da Amoreira não resolveram os problemas da freguesia da Moita que vieram a minorar, já na quarta feira, com os reforços, a partir da chamada paragem da bomba de gasolina, pelas 6h30 e pelas 7h.

Ora, se para essa hora da manhã se regulou a situação , subsistem ainda assuntos que merecem ponderação e tratamento. Face a essa constatação desenvolvemos uma análise das reclamações que nos têm chegado e buscámos elementos importantes para a análise , em diversos fóruns, destrancando um grupo interno criado numa rede social e denominado 333 utentes Moita.
Temos, por isso, total disponibilidade para, sintetizando, partilhar o que é do nosso conhecimento, bem como solicitar informação à Área Metropolitana de Lisboa que é útil à nossa atividade. Na essência os utentes do autocarro 333, em particular das paragens mais para o fim do percurso com destino Lisboa , situadas na Moita, e também Montijo, não podem confrontar-se com o facto de ‘apanhar’ o autocarro ser uma questão de sorte ou não.

Assim, identificámos como assuntos prioritários a considerar:

– Reforço e/ou reestruturação de horários, para resposta a paragens na Moita ( também Montijo) em período após o reforço das 7 horas ( e até 9h30/10h00 ?) , ou seja, considerar um período maior para a hora de ponta;

– No regresso, na Gare do Oriente, reforço e/ou reestruturação de horários no regresso, concretamente após as 18 horas.

Acresce que os utentes chamaram a atenção para a aproximação do período da deslocação das crianças, em autocarros, para as praias, temendo a escassez de respostas.
Tem sido, também, solicitado que se considere a introdução de autocarros aos domingos e feriados.

Já a pensar no futuro, surgiram sugestões que vão no sentido de ser estudado o concelho da Moita , processo que não pode ser alheio aos outros concelhos, de modo a encontrar oferta diversificada de meios de transporte público, a que o concurso público internacional venha a dar resposta.

Face ao exposto e ao abrigo das disposições constitucionais, legais e regimentais vêm os signatários, através de V. Exa. , requerer ao Senhor Presidente do Conselho Metropolitano e à Comissão Executiva da AML – Área Metropolitana de Lisboa, os elementos abaixo solicitados:

1. Qual é o aumento da procura de transporte público , na Península de Setúbal , após/com a introdução do PART?

2. No caso do transporte rodoviário que alterações de oferta já se verificaram na Península de Setúbal após a implementação do PART?

3. Está a ser considerado reforço e/ou reestruturação de horários, para resposta a paragens na Moita ( também Montijo) em período após o reforço das 7 horas ( e até 9h30/10h00 ?) , ou seja, considerar um período maior para a hora de ponta ? Quando e como ?

4. Está a ser considerado, no regresso, na Gare do Oriente, reforço e/ou reestruturação de horários no regresso, concretamente após as 18 horas? Quando e como?

5. Considerando que utentes chamaram a atenção para a aproximação do período da deslocação das crianças, em autocarros, para as praias, temendo a escassez de respostas, que tem a AML a referir?

6. Está prevista a introdução de autocarros aos domingos e feriados? Em que termos e quando?

7. Para construção do modelo de oferta de transporte público rodoviário subjacente aos concursos a abrir haverá algum período de auscultação das populações? Quando?

Com os melhores cumprimentos.

Assembleia da República, 31 de maio de 2019”