PS apresenta candidatos às autárquicas

“É preciso arregaçar as mangas e lutar por aquilo em que acreditamos”

Carlos Albino, candidato a Presidente da Câmara Municipal da Moita diz que, depois de 47 anos no poder, a CDU já não tem capacidade de inovar e, para estas eleições, aposta numa equipa que considera pronta para mudar o rumo do concelho.

O Partido Socialista da Moita apresentou, no último sábado, no auditório Bento de Jesus Caraça, na Moita, os seus candidatos à Câmara Municipal, para as eleições autárquicas de 26 de setembro. Num evento limitado pelas condições atuais relacionadas com a pandemia, os socialistas contaram, no entanto, com duas presenças importantes: António Mendes, Presidente da Federação Distrital de Setúbal do PS e João Costa, que esteve presente em representação do Partido Socialista Nacional.

António Mendes sublinhou estar ali para “apresentar os rostos da mudança” uma vez que o concelho tem “indicadores preocupantes” que precisam de ser revertidos. “Este concelho, ao nível da área metropolitana, tem indicadores muito preocupantes, porque denotam aquilo que é a desigualdade numa região com um enorme potencial. Por isso não há nenhuma razão para que o concelho da Moita, que está inserido numa região com recursos, com boa localização, com pessoas qualificadas tenha os indicadores que tem. A única explicação é mesmo todo o desinvestimento que tem havido no concelho”, afirma o presidente da distrital que, continua dizendo que esse desinvestimento tem nomes. “São os responsáveis do Partido Comunista que nos últimos mais de 40 anos têm governado este concelho sem nunca dar qualquer perspetiva de futuro para as freguesias ou sequer para o concelho no seu conjunto. Por isso, como diz o lema desta candidatura, é preciso coragem para mudar”. 

João Costa, veio à Moita reforçar o apoio a esta candidatura, mas aproveitou também a ocasião para criticar a forma como o concelho tem vindo a ser governado afirmando que “aqui na Moita vivemos com o medo de governar, com medo de assumir competências”, O socialista considera que as eleições autárquicas são, de quatro em quatro anos, “a grande festa da democracia” em que se celebra “o poder que cada um de nós tem de se chegar à frente e dizer ‘eu quero e posso fazer diferente’. E quando lhes é dada a possibilidade, com este processo magnífico que temos em curso de descentralização de competências dizem, eu não quero fazer”, diz em tom de crítica. João Costa considera que a candidatura de Carlos Albino à Câmara da Moita, tem “juventude, tenacidade e teimosia” suficientes para conseguir fazer diferente e para “responder ao medo”.

Eurídice Pereira, deputada na Assembleia da República e mandatária da candidatura de Carlos Albino, na impossibilidade de estar presente, deixou uma mensagem de apoio “a todos os homens e mulheres candidatos” pelo PS criticando, ao mesmo tempo, a inércia e “apatia acentuada” dos dirigentes da CDU “durante décadas” à frente do concelho.

A Juventude Socialista da Moita esteve representada pelo seu líder, Miguel Póvoas que começou por lamentar a “falta de pensamento crítico e a falta de estratégia de quem governa o nosso município” e ainda “da ausência de políticas sérias e consistentes para a juventude”. O líder da JS concelhia sublinha ainda que “a luta para a melhoria da nossa terra é sempre contínua e para isso é necessário mudança.” 

A Coordenadora das Mulheres Socialistas – Igualdade e Direitos – do concelho da Moita, Sara Silva, esteve também presente para reforçar o apoio a desta estrutura concelhia à candidatura do PS à autarquia. “Na qualidade de Coordenadora das Mulheres Socialistas da Moita, presto, aqui, hoje, formalmente o apoio ao nosso candidato Carlos Albino, que desde o primeiro momento incentivou à constituição da estrutura concelhia das mulheres socialistas, defendendo que esta seria uma mais-valia para o nosso partido”, afirmou Sara Silva, manifestando, ainda, o agrado pelo facto de, no concelho, em quatro candidaturas do PS às assembleias de freguesia, duas delas serem encabeçadas por mulheres.

A juventude e a experiência de mãos dadas

Nesta candidatura à Câmara da Moita, Carlos Albino tem a seu lado um “veterano” nestas andanças. António Duro, que concorre à presidência da Assembleia Municipal, assumiu isso mesmo, mas ainda assim diz que “é sempre uma emoção na altura em que nos assumimos para defender os nossos ideais e a nossa terra”.

Há 30 anos ligado ao poder autárquico, António Duro pretende, com as mulheres e homens que compõem esta lista à Assembleia Municipal, criar aquilo a que chama “uma onda de mudança rumo ao progresso” com a participação de todos. “Vamos lutar para que sejam criadas condições para mais e melhor emprego local, educação, saúde, habitação, saneamento, transportes, desporto e lazer”, salientou.

Carlos Albino, presidente da concelhia da Moita do PS, é agora candidato à Câmara Municipal, mas, na sessão de apresentação, não esqueceu quem esteve nesse mesmo lugar há quatro anos. “Na pessoa do camarada Luís Chula, saúdo todos os autarcas que ao longo dos últimos quatro anos deram o melhor de si, com as condições que tinham ao seu dispor, sempre focados no concelho e na sua população, aquilo que verdadeiramente nos move e nos importa.  Estou consciente da dimensão do desafio, do trabalho e da responsabilidade, que todos tiveram”, afirmou. Tendo a pandemia como pano de fundo, o candidato criticou a forma como a Câmara da Moita lidou com a problema, considerando que esta desvalorizou a situação grave que o concelho atravessou e ainda atravessa. “Ninguém mais do que o Vereador da Proteção Civil, sentiu a dificuldade de lidar com algo desconhecido, algo por que ninguém tinha passado antes. Não existia “um manual” para nos guiar por uma pandemia, mas o Luís Chula conduziu-nos por esse caminho difícil, ultrapassando dificuldades, superando obstáculos. No entanto, o Presidente da Câmara Municipal, responsável máximo pela Proteção Civil, adotou uma postura, que na nossa visão, descredibilizou a gravidade do momento, e não dotou o serviço de meios e competências essenciais, para um combate que por si só, já é desigual contra esta pandemia. 

Mesmo com todos os desafios que acredita ter pela frente, Carlos Albino diz-se, pronto para enfrentar os obstáculos para conseguir a tão desejada mudança no concelho. Mas para isso afirmou ser necessário “arregaçar as mangas, e lutar por aquilo em que acreditamos”. “Acredito que é possível virar a página de um concelho que se esgota nas ideias, mas que tem todo o potencial para ser um concelho de referência, que proporcione aos seus munícipes uma melhor qualidade de vida, melhores serviços e melhores infraestruturas”, sublinhou.

Consciente de que o concelho da Moita enfrenta “enormes dificuldades e carências” reiterou que esta situação não é nova. “Isto é algo que se vem agravando ano após ano. Bem sei que os nossos adversários políticos sempre tentaram descredibilizar os factos que fomos demonstrando, e as afirmações que fomos fazendo ao longo do tempo. Essa é uma estratégia de quem já se esgotou em ideias e projetos. De quem já não tem capacidade para inovar, e apenas nega a existência dos problemas. É só e apenas, uma forma de camuflar a própria incapacidade de os resolver”, afirmou em tom critico.

No que diz respeito ao futuro, Carlos Albino disse ter uma visão muito clara para o concelho, que passa pelo bem-estar de todos. “Pretendemos um concelho onde as pessoas se sintam bem, livres para falar, para debater, para acrescentar ideias, num espírito de verdadeira democracia, de todos e para todos. Um concelho que dá oportunidade a uma visão nova, renovadora, quer na sua forma, quer no seu conteúdo. Um concelho que os munícipes sintam como seu, que promova a coesão territorial, respeitando as especificidades e diversidades de cada freguesia, mas que se una em prol de um bem comum, onde todos se sintam incluídos”. Até porque, para o candidato socialista a grande riqueza deste concelho “são as nossas gentes, o nosso povo, os nossos munícipes”.

Listas paritárias em todo o concelho

Com duas mulheres e dois homens como cabeças de lista às quatro freguesias e união de freguesias, o Partido Socialista aposta, tal como há quatro anos, na paridade das suas listas.

Bárbara Dias, candidata à União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale a Amoreira, Fabrício Pereira, candidato à Freguesia da Moita, Ana Costa, candidata à União de Freguesias do Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos e Artur Varandas, candidato à Freguesia de Alhos Vedros são os nomes nos quais o PS aposta para concretizar a mudança que ambiciona, no concelho da Moita.